10ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO DOCUMENTÁRIO
Parte integrante do É TUDO VERDADE – FESTIVAL INTERNACIONAL DE DOCUMENTÁRIOS desde 2001, a CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO DOCUMENTÁRIO, realizada em parceria pelo Festival e pelo CINUSP “Paulo Emílio”, já se consolidou como um espaço privilegiado de discussão sobre os rumos do cinema documental. Este ano, a Cinemateca Brasileira sedia pela primeira vez o evento, recebendo uma programação de 4 mesas de debate dedicadas ao tema, com a presença de renomados teóricos e realizadores, nacionais e internacionais. Em complemento aos debates, realizados entre os dias 14 e 16 de abril, a Cinemateca e o CINUSP “Paulo Emílio” apresentam também uma mostra de documentários marcantes baseados no uso de imagens de arquivo, incluindo obras importantes de cineastas como Péter Fórgacs (O êxodo do Danúbio e Miss Universo 1929), Emile de Antonio (No ano do porco), Alain Resnais (o curta Noite e neblina) e Jean-Luc Godard (as duas primeiras partes de suas História(s) do cinema). Confira abaixo mais informações sobre as mesas de debate da Conferência, bem como sobre os filmes da mostra que acompanha o evento.
AS INSCRIÇÕES PARA ASSISTIR ÀS MESAS DE DEBATE DA CONFERÊNCIA JÁ ESTÃO ENCERRADAS, EM VIRTUDE DE JÁ TER SIDO PREENCHIDO O NÚMERO DE VAGAS DISPONÍVEIS. Serão concedidos certificados para os participantes que tiverem, no mínimo, 75% de freqüência aos debates.
ENTRADA FRANCA
CINEMATECA BRASILEIRA
12 a 18 de abril de 2010 (mostra de filmes)
14 a 16 de abril de 2010 (debates)
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
CINUSP “PAULO EMÍLIO”
12 a 16 de abril de 2010 (mostra de filmes)
R. do Anfiteatro, 181 – Colméia, Favo 04
Cidade Universitária
Outras informações: (11) 3091-3540
PROGRAMAÇÃO
12.04 | SEGUNDA
SALA CINEMATECA BNDES
14h00 JANGO
16h00 MISS UNIVERSO 1929 – LISL GOLDARBEITER, UMA RAINHA EM VIENA
CINUSP “PAULO EMÍLIO”
16h00 NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
19h00 NO ANO DO PORCO
13.04 | TERÇA
SALA CINEMATECA BNDES
14h00 NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
CINUSP “PAULO EMÍLIO”
16h00 NOITE E NEBLINA | NATUREZA MORTA
19h00 OS ROLOS PERDIDOS DE PANCHO VILLA | O ÊXODO DO DANÚBIO
14.04 | QUARTA
SALA CINEMATECA BNDES
14h30 DEBATES | MESA 1
18h00 MISS UNIVERSO 1929 – LISL GOLDARBEITER, UMA RAINHA EM VIENA
CINUSP “PAULO EMÍLIO”
16h00 35 – O ASSALTO AO PODER
19h00 MÃE DAO
15.04 | QUINTA
SALA CINEMATECA BNDES
10h00 DEBATES | MESA 2
14h30 DEBATES | MESA 3
18h00 MÃE DAO
20h00 NO ANO DO PORCO
CINUSP “PAULO EMÍLIO”
16h00 NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
19h00 NOITE E NEBLINA | NATUREZA MORTA
16.04 | SEXTA
SALA CINEMATECA BNDES
10h00 DEBATES | MESA 4
14h00 OS ROLOS PERDIDOS DE PANCHO VILLA
18h00 35 – O ASSALTO AO PODER
CINUSP “PAULO EMÍLIO”
16h00 JANGO
19h00 HISTÓRIA(S) DO CINEMA – PARTES 1A E 1B
17.04 | SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
14h00 NOITE E NEBLINA | NATUREZA MORTA
16h00 HISTÓRIA(S) DO CINEMA – PARTES 1A E 1B
18.04 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
14h00 35 – O ASSALTO AO PODER
16h00 OS ROLOS PERDIDOS DE PANCHO VILLA | O ÊXODO DO DANÚBIO
FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES
O êxodo do Danúbio (The Danube exodus), de Péter Fórgacs
Holanda, 1998, vídeo digital, cor, 60’ | Legendas em português | Exibição em mini-DV
Diário de viagem que documenta o êxodo dos judeus da Eslováquia pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial. Em dois barcos, um grupo de novecentos judeus eslovacos e austríacos tentaram alcançar o Mar Negro através do rio Danúbio, de modo a chegar à Palestina. Grande parte das imagens foi extraída dos filmes amadores de Nándor Andrásovits, capitão de um dos barcos, que filmou seus passageiros enquanto eles rezavam, dormiam e até mesmo se casavam.
cinusp: ter 13 19h00
cinemateca: dom 18 16h00
História(s) do cinema – parte 1A: Todas as histórias (Histoire(s) du cinéma 1A: Toutes les histoires), de Jean-Luc-Godard
França, 1988, vídeo, cor, 51’ | Legendas em português | Exibição em DVD
História(s) do cinema – parte 1B: Uma história só (Histoire(s) du cinéma 1B: Toutes les histoires), de Jean-Luc-Godard
França, 1989, vídeo, cor, 42’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Usando filmes antigos, os seus próprios filmes, pintura, fotografia, trilhas sonoras, música jazz, clássica ou pop, intertítulos, legendas, voz em off, pontuados por sua presença e a sua voz profunda, Godard cria um auto-retrato desenhado pelos filmes dos outros, através das histórias que o cinema conta. As duas partes exibidas desse documentário correspondem ao capítulo inicial de um projeto realizado entre 1988 e 1998, dividido em quatro partes, cada uma composta por dois episódios.
cinusp: sex 16 19h00
cinemateca: sáb 17 16h00
No ano do porco (In the year of the pig), de Emile de Antonio
EUA, 1968, 35mm, p&b, 103’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Produzido no auge da Guerra do Vietnã, este documentário indicado ao Oscar da categoria retrata as raízes históricas do conflito. Com evidente indignação, o diretor combina entrevistas de época com jornalistas, políticos e miltares a cinejornais internacionais e imagens de arquivo para criar uma contundente crônica do progressivo envolvimento dos Estados Unidos neste confronto. As cruéis e terríveis imagens falam por si mesmas no que é, talvez, o filme mais controverso da carreira do diretor e aquele que ele cita como seu favorito.
cinusp: seg 12 19h00
cinemateca: qui 15 20h00
Jango, de Sílvio Tendler
Brasil, 1984, 35mm, cor/p&b, 115’ | Exibição em DVD
Um relato da vida política brasileira dos anos 1960, tendo como fio condutor a biografia do presidente João Goulart. Sua ascensão e queda, até a morte no exílio, são reconstituídas a partir de material de arquivo e entrevistas com personalidades como o ministro Afonso Arinos de Melo Franco, o general Antonio Carlos Muricy, Leonel Brizola, Celso Furtado e Frei Betto, entre outros.
cinusp: sex 16 16h00
cinemateca: seg 12 14h00
Os rolos perdidos de Pancho Villa (Los rollos perdidos de Pancho Villa), de Gregorio Rocha
México, 2003, vídeo digital, cor, 49’ | Legendas em português | Exibição em DVD
De maneira ensaística, eclética e híbrida, o documentário descreve a busca por um filme desaparecido: The life of General Villa, produzido em 1914 graças a um acordo entre o líder rebelde mexicano Pancho Villa e a Mutual Film Corporation. Depois de uma investigação exaustiva em arquivos fílmicos na Holanda, Inglaterra, França, Estados Unidos, Canadá e México, o realizador compõe com fragmentos de películas até então desconhecidas um mosaico cinematográfico não apenas sobre Pancho Villa, mas sobre a Revolução Mexicana.
cinusp: ter 13 19h00
cinemateca: sex 16 14h00 | dom 18 16h00
Miss Universo 1929 – Lisl Goldarbeiter, uma rainha em Viena (Miss Universe 1929 – Lisl Goldarbeiter. A queen in Wien), de Péter Fórgacs
Áustria/Holanda, 2006, vídeo digital, p&b, 70’ | Legendas em português | Exibição em Betacam
Lisl Goldarbeiter, primeira e única Miss Universo austríaca, eleita em 1929, é retratada pelo olhar amoroso de Marci Tenczer, seu primo e segundo marido, que a filmou obsessivamente desde a adolescência. Complementado por imagens de arquivo, o filme retrata também episódios violentos da história do século XX, como o nazismo, o levante comunista de 1948 e a repressão à rebelião húngara contra os soviéticos em 1956.
cinemateca: seg 12 16h00 | qua 14 18h00
Mãe Dao (Moeder Dao, de schildpadgelijkende), de Vincent Monnikendam
Holanda, 1995, vídeo, cor, 90’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Um retrato do colonialismo holandês na Indonésia, utilizando apenas filmagens extraídas de documentários e filmes educativos feitos entre 1912 e 1933. As imagens mostram a vida confortável dos colonos em oposição às cerimônias religiosas e hábitos cotidianos dos nativos, bem como cenas dos nativos sendo “civilizados” pelos colonizadores, apresentando a perversidade do colonialismo vista através das iamgens dos próprios colonizadores. Não há diálogos ou narração: a trilha sonora é formada por música da Indonésia e diversos poemas.
cinusp: qua 14 19h00
cinemateca: qui 15 18h00
Natureza morta, de Susana Souza Dias
Portugal, 2005, vídeo digital, p&b, 72’ | Exibição em Beta digital
Utilizando apenas materiais de arquivo e sem recorrer a palavras, o documentário pretende redescobrir e penetrar na opacidade das imagens captadas durante os 48 anos da ditadura portuguesa.
cinusp: ter 13 16h00 | qui 15 19h00
cinemateca: sáb 17 14h00
Noite e neblina (Nuit et brouillard), de Alain Resnais
França, 1955, 35mm, p&b/cor, 32’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Realizado a partir de um convite feito ao cineasta pelo Comitê da História da Segunda Guerra Mundial, o filme tinha como objetivo comemorar o segundo aniversário da libertação dos campos de concentração. Mesclando imagens coloridas dos campos abandonados a filmes de arquivos, Alain Resnais nos dá, segundo François Truffaut, “uma lição de história, inegavelmente cruel, mas merecida”.
cinusp: ter 13 16h00 | qui 15 19h00
cinemateca: sáb 17 14h00
Nós que aqui estamos por vós esperamos, de Marcelo Masagão
Brasil, 1998, 35mm, p&b/cor, 73’ | Exibição em DVD
Um filme-memória do século XX, realizado a partir de recortes biográficos de pequenos e grandes personagens que viveram a história do século. 95% das imagens são de arquivo: filmes antigos, fotos e material de televisão. Não há locução, nem depoimentos orais, apenas texto. A sonorização é toda composta a partir de música de Wim Mertens, efeitos sonoros e silêncio.
cinusp: seg 12 16h00 | qui 15 16h00
cinemateca: ter 13 14h00
35 – O assalto ao poder, de Eduardo Escorel
Brasil, 2002, vídeo digital, cor, 100’ | Exibição em DVCam
O ano de 1935 estava chegando ao fim quando três levantes militares, em três diferentes capitais brasileiras, tentaram derrubar o governo de Getúlio Vargas, que foi implacável com os insurretos. Vários deles foram brutalmente torturados. Em poucos dias, o movimento foi inteiramente dominado, num dos primeiros passos para a escalada autoritária de Getúlio Vargas, que se manteria no poder até 1945. O filme documenta todos os lances dessa insurreição comunista, que teve como protagonistas, além de Getúlio Vargas, Luiz Carlos Prestes, Octávio Brandão, Olga Benário, Gregório Bezerra, Giocondo Dias entre outros anti-heróis da utopia comunista na América Latina.
cinusp: qua 14 16h00
cinemateca: sex 16 18h00 | dom 18 14h00
DEBATES
MESA 1 – Panorama contemporâneo do documentário de arquivo
cinemateca: qua 14 14h30
Michael Renov, professor de Estudos de Critica Cinematográfica e Diretor Associado da School of Cinematic Arts – University of Southern California. Co-fundador de Visible Evidence – Conferência Internacional de estudos do Documentário e editor-geral da série de livros Visible Evidence da University of Minnesota Press. É autor e editor de diversos livros sobre o cinema documentário, incluindo Theorizing Documentary, The Subject of Documentary e Resolutions: Contemporary Video Practices. Atuou como membro do júri em festivais de cinema tais como Sundance, Silverdocs, Festival Internacional de Cine Independiente de Buenos Aires e É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários.
Amir Labaki, crítico de cinema, diretor do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários e co-organizador da Conferência Internacional do Documentário. Foi por duas vezes diretor técnico do Museu da Imagem e do Som da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. É membro do “board” do Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, Holanda, o principal evento mundial dedicado ao gênero. Dirigiu o documentário 27 cenas sobre Jorgen Leth.Autor de onze livros, dentre os quais É Tudo Verdade: reflexões sobre a cultura do documentário e Introdução ao Documentário Brasileiro.
Mediadora:
Maria Dora Mourão, professora do Departamento de Cinema, Rádio e TV e Vice-Diretora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É Diretora do CINUSP “Paulo Emílio” – Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, membro do Conselho da Cinemateca Brasileira e Presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, Vice-Presidente do Centre International de Liaison des Écoles de Cinéma et Télévision.e Presidente da SOCINE – Sociedade Brasileira de estudos de Cinema e Audiovisual. Organizou, junto com Amir Labaki, o livro O Cinema do Real.
Ementa:
Partindo de uma breve contextualização histórica do surgimento dos primeiros documentários de arquivo e atravessando as inúmeras vertentes em que o gênero se desenvolveu, esta primeira mesa estará comprometida com a apresentação de um panorama geral da produção contemporânea de documentários a partir de imagens e sons de arquivo. Onde se situa essa vertente no espectro da produção global de documentários no mundo contemporâneo? Quem são os seus principais expoentes? De que maneira se dá hoje a busca por material de arquivo e sua inserção noutras narrativas, à luz dos constantes avanços tecnológicos que modificaram radicalmente a produção, o armazenamento e a difusão do audiovisual? Trabalhando a partir destas questões, esta mesa oferecerá a fundamentação histórica e conceitual para os temas que serão abordados ao longo da Conferência.
MESA 2 – Duas experiências: o uso de imagens de arquivo e a construção de sentidos
cinemateca: qui 15 10h00
Eduardo Escorel, cineasta. Montador de, entre outros, Terra em Transe, Cabra Marcado para Morrer e Santiago. DirigiuLição de Amor, Ato de Violência, O Tempo e o Lugar, 35 – O Assalto ao Poder e Vocação do Poder (co-dirigido por José Joffily), entre outros filmes de ficção e documentários. Publicou Adivinhadores de Água: pensando no cinema brasileiro e escreve regularmente sobre cinema na revista Piauí. Atualmente, finaliza a série de 5 documentários 1937-45: Imagens do Estado Novo e inicia a preparação de Paulo Moura – Imaginação e Estilo, que deverá ser gravado no segundo semestre de 2010.
Susana de Sousa Dias, cineasta e artista plástica portuguesa. Concluiu o mestrado em Estética e Filosofia da Arte na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Atualmente, é professora na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Dentre os seus filmes, destacam-se Processo-Crime 141/53 – Enfermeiras no Estado Novo e Natureza Morta, vencedor do Prêmio Atalanta Filmes para Melhor Documentário Português no festival DocLisboa 2005. Seu trabalho mais recente é 48, filme que aborda quase meio século de ditadura através de fotografias de presos políticos.
Mediadora:
Esther Hamburger, é crítica e ensaísta, professora Livre Docente e atualmente Chefe do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Doutora em Antropologia pela Universidade de Chicago. Publicou artigos em diversos periódicos e jornais, incluindo Framework, Television and New Media, Novos Estudos, Significação, Contracampo e Folha de S.Paulo. É autora de artigos em
antologias como Cinema do Real e do livro O Brasil Antenado: a sociedade da novela.
Ementa:
Contando com a presença de dois renomados realizadores com experiência na pesquisa e realização de documentários baseados em material de arquivo, esta segunda mesa se propõe a investigar os recursos técnicos, tecnológicos e criativos empregados para estabelecer novas narrativas a partir de imagens alheias, alterando-lhes o significado e muitas vezes abertamente subvertendo-lhes o sentido. De que maneira o roteiro, a montagem, a trilha sonora e a sobreposição de uma narração podem sugerir novas interpretações a imagens e sons? Como se dá a pesquisa de material de arquivo para a composição de uma nova narrativa audiovisual? Estes são alguns dos tópicos que serão abordados nesta apresentação, que estará concentrada no aspecto prático da criação de documentários de arquivo.
MESA 3 – O documentário de arquivo na América Latina
cinemateca: qui 15 14h30
Susana Foxley Tapia, diretora e roteirista de documentários, com mestrado em Direção de Documentário pelo Goldsmiths College da Universidade de Londres e em Estudos de Drama e Teatro pela Royal Holloway, Universidade de Londres. Professora de Linguagem do Documentário e coordenadora do bacharelado em Escrita Audiovisual da Pontificia Universidad Católica do Chile. Roteirista do documentário Dinosaurios en la Patagonia e da série de TV Enlaces. Co-diretora dos documentários D-22 Alamar e Nema Problema, vencedor de diversos prêmios internacionais. Atualmente, realiza a série de documentários para rádio Himnos Locales, com a Radio UNO e a Universidad Católica.
Gregorio Carlos Rocha Valverde, realizador e produtor independente mexicano, desenvolveu sua prática no campo do cinema documental, focando especialmente temas históricos vinculados às relações de vizinhança entre o México e os Estados Unidos. Tem sido professor convidado da New York University e do Centro de Capacitación Cinematográfica do México. Através do projeto Archivia, trabalhou no restauro de filmes mexicanos da época do cinema mudo. Foi bolsista da Fundação Rockefeller, da Fundação JS Guggenheim e do Fondo Nacional para la Cultura y las Artes en México. Atualmente, produz e dirige a minissérie documental Luces, cámara…. Revolución! para o Canal 22 do México. Dirigiu, entre outros,
Amateurs 9.5, Acme&Co Cine e Los Rollos Perdidos de Pancho Villa.
Mediador:
Eduardo Morettin, professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e organizador do livro História e Cinema: dimensões históricas do audiovisual. Conselheiro da Cinemateca Brasileira, do Museu de Arte Contemporânea da USP e da SOCINE – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual. Coordenador do programa de pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais da ECA-USP e Vice-Diretor do CINUSP “Paulo Emilio”.
Ementa:
Esta mesa pretende identificar as particularidades do documentário de arquivo no contexto latino-americano. A partir da experiência dos dois realizadores, serão evidenciados os temas e os procedimentos comumente empregados na construção de narrativas audiovisuais baseadas em material de arquivo nos países da região como o Chile e o México. Será possível falarmos de um cinema documental de arquivo típico da América Latina? Esta é a questão fundamental que norteará os trabalhos desta mesa.
MESA 4 – Rememorando Jay Leyda: uma homenagem no centenário de seu nascimento
cinemateca: sex 16 10h00
Bill Nichols, professor de Cinema da San Francisco State University e autor de dez livros, incluindo Introduction to Documentary e Engaging Cinema: an introduction to film study. Apresentou palestras em inúmeras ocasiões na Europa, Canadá e Estados Unidos e prestou consultoria à realização de diversos documentários.
João Luiz Vieira, professor associado do Departamento de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Cinema Studies pela New York University e Pós-doutor pelo Department of Film and Television Studies da Universidade de Warwick, Inglaterra. Ensaísta, pesquisador e crítico, tem publicado no Brasil e no exterior, incluindo o volume D.W.Griffith and the Biograph Company, pesquisa coordenada pelo professor Jay Leyda nos arquivos do MoMA, em Nova York, e na Biblioteca do Congresso, em Washington. Publicoutambém, entre outros, Cinema Novo & Beyond e Câmera-faca: o cinema de Sérgio Bianchi.
Mediador:
Ismail Xavier, professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É autor de diversos livros sobre cinema, dentre eles: Alegorias do Subdesenvolvimento: Cinema Novo – Tropicalismo – Cinema Marginal, O Cinema Brasileiro Moderno, O Olhar e a Cena, Sertão Mar: Glauber Rocha e a Estética da Fome e O Discurso Cinematográfico. Foi professor visitante na New York University, University of Iowa, Université Paris III – Sorbonne Nouvelle, University of Leeds e University of Chicago.
Ementa:
Tomando como pretexto a comemoração do centenário de nascimento de Jay Leyda, um dos mais importantes teóricos e estudiosos do cinema mundial, esta mesa busca prestar uma justa e oportuna homenagem a este mestre, relembrando, comentando e atualizando suas lições a respeito da história e da criação de documentários de arquivo. Tendo em vista que Leyda foi o responsável pelo mais profundo e sistemático estudo já publicado sobre esse tipo de filme, o livro Films Beget Films, sua contribuição para a discussão do tema é incontornável e será devidamente recuperada e difundida pelos trabalhos desta mesa, que contará com a presença de dois acadêmicos brasileiros que foram alunos e colegas de Leyda durante os anos 1970 na prestigiada New York University.