Os Pastores da noite – Otália da Bahia (1977)
Em Salvador, um grupo de amigos, moradores do morro, vive por botequins, terreiros de candomblé e o cabaré. Cabo Martim, famoso malandro, é mulherengo e lutador de capoeira. Com várias mulheres avulsas, ele acaba transando com a mulher do policial Miguel Charuto. Otália, recém-chegada de um bordel do Bonfim, vem à cidade para morar no Castelo da Tibéria. Na estação de trem, ela é roubada, se queixa para os rapazes no bar, que conseguem recuperar sua bagagem. Otália conhece Martim e se apaixona por ele. No Castelo da Tibéria, Massu, um negro forte, descobre que é pai de um menininho louro. Ele reluta em aceitar a paternidade, mas depois assume a criança que precisa ser batizada. Tibéria se oferece para ser a madrinha. Todos os seus amigos querem ser o padrinho. Massu, sem saber quem escolher, apela para Ogum. No terreiro de candomblé, o orixá diz que ele próprio será o padrinho do menino. É preciso alguém para receber o santo na hora do batismo. Arthur chega ao terreiro para avisar Martim que Miguel Charuto está atrás dele com mais três homens. Eles descobrem que Arthur é filho de Ogum, podendo servir de cavalo para o orixá. O policial encontra Martim. Este, juntamente com Massu, dá uma surra nos homens. Seus amigos sugerem que Martim saia da cidade, temendo uma perseguição. Ele se despede de Otália, dizendo retornar. A mãe de santo pede que Massu ofereça uma galinha d’Angola para Exu. Pé de Vento rouba a galinha e Exu, zangado, incorpora em Arthur na hora do batizado. O padre recebe Ogum e esbofeteia a cara de Arthur. Exu vai embora e Ogum incorpora finalmente em Arthur, dando prosseguimento à cerimônia. Na saída ficam sabendo que Miguel e um bando de policiais incendiaram os barracos no Morro. Todos vão até lá e começam a reconstruir suas casas. Tempos depois, Martim retorna a Salvador casado com Marialva. Curió, amigo e irmão de santo de Martim, fica um tanto encantado pela mulher do amigo. Ela percebe e mente que está perdidamente apaixonada por ele. Pensando se tratar de um amor impossível, Curió passa os dias infeliz e embriagado. Martim e a mulher comparecem a festa de aniversário de Tibéria e Marialva, muito enciumada, briga com Otália. O casal tem que se retirar dos festejos. Marialva manda chamar Curió e diz que vai se matar por causa do amor que sente por ele e lhe pede que narre a paixão impossível que eles sentem um pelo outro. Curió se confessa para o amigo. Este diz que ele pode levar a mulher. Ela fica furiosa, pois estava apenas fazendo jogo. Ela abandona a casa. Martim volta à sua vida costumeira. Ele retoma seu romance com Otália.
“Na Bahia de praias ensolaradas e vistas maravilhosas, cheias de sensualidade, a chegada de Otália vem açular os mais variados personagens que compõem a fauna tão característica do lugar: Rafaele, um tipo magro, de olhos inocentes, que sonha com um carregamento de mulatas cor de mel; Massu, filho de Ogum, entidade africana, que, enorme e gentil, desconhece a própria força; o cabo Martim, malicioso, mulherengo, mimado nos bordéis e temido nas rodas de capoeira; seu irmão-de-santo Curió, um camelô com rosto de palhaço e um coração de estopa; o Y com seu violão, Zico Cravo-na-Lapela e, finalmente, o mais sábio e o mais louco, respeitado nas rodas de Candomblé e amado pelos moleques da rua: Jesuíno Galo-Doido. Quando a jovem prostituta Otália, mal saída da adolescência e que sonha com o amor, aparece, vai lançar todos aqueles alegres vagabundos num turbilhão de aventuras barrocas, ora comoventes, ora habitantes.”
Fonseca, Mira (Otália)
Pereira, Zeni (Tibéria)
Viana, Maria (Marialva)
Pitanga, Antonio (Cabo Martim)
Sanches, Paco (Curió)
Massu (Massu)
Soares, Jofre (Jesuino)
Direção: Marcel Camus
Diálogos: Amado, Jorge e Marcel Camus
Adaptação: Marcel Camus
Estória Baseada no livro homônimo de Jorge Amado
Produção: Duval, Claire
Direção de produção: Blanc, Guy
Direção de fotografia: Domage, Andre
Montagem: Feix, Andree
Edição: RCA; Jaguare Intersong (Brasil); Orphee (France)
Música: Carlos, Antonio; Jocafi; Queiroz, Walter
Companhia(s) produtora(s): Orphee Arts – Paris; Fr3; C.I.C. Cinema International Corporation – RJ
Companhia(s) distribuidora(s): C.I.C. – Cinema International Corporation
Dados adicionais de música
Intérprete(s): Creuza, Maria e Santiago, Emílio
Locação: Salvador – BA
Fontes utilizadas:
CB/Transcrição de letreiros-Cat
ALSN/DFB-LM
FR-LFM/ECB
Guia de Filmes, 70/71/72
Press-release
Fontes consultadas:
O Estado de S. Paulo, 14.08.1977, p. 22
ACPJ/II
Observações:
Cópia em 5 partes incompleta. Falta o final, provavelmente um rolo inteiro.
A sinopse referente ao material examinado encontra-se incompleta e faltam créditos finais.
ALSN/DFB-LM grafa o nome de Andree Feix como
FR-LFM/ECB: “Realizador identificado com elementos da cultura brasileira (ainda que nunca tenha se radicado no país) e marcado pela escolha temática de terras longínquas e relativamente desconhecidas do olhar europeu. Tendo se preparado para ser professor de artes, modifica seus interesses após passar quase toda a Segunda Guerra Mundial como prisioneiro. Ao término do conflito, entra para o cinema francês, tornando-se assistente de direção. Trabalha com
O Estado de S. Paulo, 14.08.1977, p. 22, indica 121 minutos de duração e a data 22.09.1976′. Inclui
ACPJ/II grafa
Outras fontes indicam duração de 121 minutos.
Guia de Filmes, 70/71/72, indica 1976 como ano de produção e lançamento em São Paulo a 18.08.1977.
CB/Transcrição de letreiros: Obs: start de
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